O Caso do Virgulino

Essa é das antigas, mas estórias trágicas sempre valem a pena serem relembradas...

Lá pelos idos de 2005 eu saía com um carinha que se achava super descolado e alternativo. Era o Virgulino, um cara que amava os sambas da Lapa e os forrozinhos pé de serra.
Eu me esforçava para as coisas parecerem normais, mas tudo com ele era uma grande e cansativa aventura.
Não havia nem dia, nem hora, nem satisfação e muito menos respeito.
Das piores situações vividas, posso listar um certo dia em que saí de um evento em Vargem Grande para encontrá-lo em um show na Lapa. Chego no local, dou de cara com o indivíduo com algumas pessoas, e entre elas, uma mulher bem grudada nele, o que já era por si só bastante suspeito.
Ok, não namorávamos, mas se ele fez tanta questão da minha presença o que raios aquela vaca estava fazendo com ele?
Me dei conta de que as coisas poderiam piorar quando Virgulino sugeriu que eu dançasse forró com um dos seus amigos e sumiu com a tal garota. Confesso que demorei alguns minutos para decidir se metia a porrada nele quando ele reaparecesse, ou se simplesmente sumiria.
Escolhi a segunda opção, porque, por experiência,  o desprezo é sempre mais recompensador.
Algum tempo depois meu celular começou a tocar freneticamente, era o dito-cujo, querendo saber que fim levei. Eu já estava em casa e evidentemente não atendi.

A minha vingança veio dividia em duas partes, sendo a segunda mais divertida.

A parte 1 aconteceu na quinta seguinte, em que combinamos de sair. Dei um balão monstro e fui para uma festa com umas amigas, atendi a 25º ligação no meio da boate e com a voz mais sonsa do mundo disse ter esquecido de avisar que não poderia sair com ele, porque tinha que trabalhar. Isso com a maior sonzeira ao fundo. Muito cínica.

A parte 2 aconteceu no sábado seguinte, havíamos combinado então de ir na festa de aniversário de uma amiga minha. Ele havia viajado a trabalho e me ligaria no sábado para pegar os detalhes. Saí de casa, deixei o celular por lá mesmo, fui para a casa de uma amiga e de lá para a festa. Conheci um cara incrível, foi uma noite maravilhosa. No dia seguinte, trocentas ligações perdidas no celular e a certeza de que fiz um babaca de otário, mais uma vez. =)

Lara

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